A iniciativa tem por objetivo reciclar os milhares cartões de débito, crédito, seguro-saúde, fidelidade, entre outros que são jogados diariamente no lixo comum.

 

                São Paulo, Maio de 2016 – No Brasil ainda não há uma pesquisa que quantifique quantos cartões estão em uso em nosso país. Porém, em 2012, a Abrace (Entidade que representa empresas de meios de pagamento), já estimava que existia no Brasil mais de 680 milhões de cartões, cerca de três cartões por habitante. Esse número hoje já deve passar de um bilhão.

 

Pensando nesses números e na matéria-prima para a confecção desses cartões, Renato Soares de Paula, empresário de São Paulo, criou há três anos, o Primeiro Programa de Logística Reversa de Cartões pós-uso (débito, crédito, seguro-saúde, fidelidade de lojas e assim por diante). O principal objetivo com esta iniciativa é oferecer um descarte seguro e correto para esses cartões que quando perdem a validade são descartados no lixo comum.

 

“A matéria-prima dos cartões, que é o PVC , é um produto 100% reciclado e dele é possível gerar diversos novos produtos. Por exemplo, com 42 cartões podemos confeccionar uma prancheta útil e altamente resistente, já com 36 cartões é possível fazer uma capa diferente para agendas, com 12 uma capa para bloquinhos de anotações, e assim por diante. Além de confeccionar novos cartões que mantêm a mesma qualidade do cartão que é fabricado com o PVC virgem”, explica Soares.

 

Tudo tem início no Papa Cartão® um coletor criado pelo empresário para cortar os cartões em pontos estratégicos, inutilizando inclusive tarjas magnéticas e chips. Esse resíduo é recolhido pela equipe do programa, passa por novas triagens e triturações até se transformar no Mosaico de Cartões – matéria-prima final para a confecção de novos produtos.

 

O curioso que é a elaboração do coletor nasceu dentro da R.S de Paula, empresa fabricante de cartões do empresário, a partir de experiências com máquinas de fazer macarrão. “Todos os dias fazíamos testes até chegar no modelo de hoje, mais elaborado e com sistemas de segurança. Porém, a ideia de girar uma manivela permanece, justamente para economizar energia”, diz Soares ressaltando que o Papa Cartão passa por aprimoramentos contínuos. “Nossa ideia é sempre trazer uma novidade para este mercado que está sedento por inovações. Há espaço para crescer e muito”.

 

CONQUISTAS

 

Após quatro anos no mercado, o Programa conquistou importantes espaços.  O Papa Cartão, por exemplo, está espalhado por 85 pontos de coleta nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília. Só na capital do País, são mais 13 coletores disponíveis aos mais de 4.500 funcionários públicos de todos os ministérios. No Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, há coletores disponíveis ao público que passa pelo local. Já em São Paulo, há coletores em estações do Metrô, shoppings centers e galerias, além de estar presente nas recepções das empresas parceiras ao programa, tais como Alelo, Seguros Unimed, Central Nacional Unimed, Metrus (Instituto de Seguridade Social dos Metroviários), além de Braskem, Instituto de PVC e Plastivida.

 

De 2011 até hoje, já foram recolhidos mais 1,3 milhão de cartão pós-uso pelo programa. “O Programa de Logística Reversa é um negócio que cresce a cada dia. Hoje, o projeto representa 25% do meu faturamento mensal da fábrica. Construí um espaço exclusivo para este projeto numa cidade do interior de São Paulo e não pretendo parar. Não existe há curto prazo nenhuma marca sem estar associada a uma ação sustentável. Aquela que não tiver isso não vai conseguir se manter no mercado. O mundo pede isso. É preciso deixar claro que a sustentabilidade é um negócio, por meio dela conseguimos gerar empregos e renda,  arrecadar impostos, oferecer novos produtos ao mercado e assim por diante. O conceito de sustentabilidade já mudou há muito tempo. Dá para crescer e compartilhar, acredito muito nisso”, finaliza Soares.